Publicação de Recursos

Estudo conclui que financiamento público ao desporto representa cerca de 40 por cento da média europeia

19 Julho 2021



Compartilhar
Tweet


O “Estudo caracterizador do setor do desporto em Portugal e o impacto da COVID-19” realizado pela PwC, por pedido de Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal e Confederação do Desporto de Portugal, apresentado esta segunda-feira, revelou que o financiamento público central ao desporto no país representa cerca de 40% da média europeia.

Resultado da 2.ª Cimeira das Federações Desportivas, em que foi aprovada a realização de um trabalho sobre o impacto económico e financeiro da pandemia COVID-19 sobre as organizações desportivas nacionais, o estudo permite apurar com rigor e independência a extensão dos prejuízos no setor, de modo a contribuir para a criação de uma base de evidência relevante para a construção informada de políticas e opções estratégicas.

O “Estudo caracterizador do setor do desporto em Portugal e o impacto da COVID-19” concluiu que o setor do desporto tem assumido grande relevância no espaço internacional, nomeadamente ao nível dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde, pelo importante papel que desempenha na promoção da saúde da população. Também a Organização Mundial do Turismo reconhece a relevância que o segmento “Turismo Desportivo” assume no contexto deste setor.

Com este estudo, verifica-se que em Portugal o setor não tem sido alvo de destaque a nível estratégico, mas antes foi incluído em áreas contíguas como a Saúde e o Turismo. São exemplos da inexistência de destaque autónomo a Agenda Estratégica Portugal 2030 e o Plano de Recuperação e Resiliência, onde o desporto se apresenta residualmente em vertentes relacionadas com a componente de saúde, educação e inclusão social, e não com secção própria.

Em 2019, estima-se que o setor do desporto em Portugal (na sua definição ampla) terá gerado um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de €4 210 milhões e 133 mil empregos (impactos diretos, indiretos e induzidos), traduzindo-se num peso de 2.3% no VAB e 2.8% nos postos de trabalho nacionais. Além dos impactos económicos, o desporto gera impactos sociais positivos para a sociedade, em várias dimensões, que não foram quantificados.

A pandemia COVID-19 implicou fortes restrições na atividade desportiva, ao nível de limitações impostas à própria prática desportiva, cancelamento/adiamento de eventos desportivos, redução do número de praticantes, e consequente perda de receita, redução de postos de trabalho e de remuneração. Em Portugal, este impacto estima-se que tenha implicado, em 2020, uma quebra estimada de 12% em termos de VAB, face a 2019, e uma perda de 16 mil postos de trabalho.

Face a estes resultados e dadas as características intrínsecas do setor (entidades de natureza associativa, estrutura pouco profissionalizada e grande base de voluntários e trabalhadores independentes), muitas das medidas de apoio ao emprego e à economia acabaram por não abranger grande parte do setor. Relativamente aos apoios específicos ao setor, de acordo com os stakeholders auscultados, os principais apoios anunciados ainda não chegaram às entidades ou chegaram em montantes reduzidos. Ainda assim, os apoios públicos em contexto de pandemia permitiram a sobrevivência de várias instituições no setor, sendo de realçar as iniciativas de algumas autarquias que desenvolveram apoios adicionais específicos aos clubes e algumas Federações que apoiaram os clubes e coletividades desportivos e atletas, por exemplo, através de apoios ao nível do material de proteção e testagem.

Para os presidentes do COP, CPP e CDP, este estudo é de enorme importância pois permite perceber o enorme impacto que a Pandemia COVID-19, teve, tem e pode vir a ter no Sistema Desportivo nacional.

Consulte aqui o Estudo. 



Voltar