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José Manuel Lourenço reeleito e com grandes desafios pela frente
19 March 2025José Manuel Lourenço foi esta terça-feira, dia 18 de março, reeleito para a presidência da Comissão Executiva do Comité Paralímpico de Portugal. O resultado expressivo da eleição, com a maioria dos membros a validarem a lista por si encabeçada — recolheu 113 votos a favor, sendo também contabilizados sete em branco —, deixou o atual presidente naturalmente satisfeito, também com a afluência às urnas.
«Sinto-me privilegiado, sinto que, de facto, os membros do Comité Paralímpico deram um sinal muito positivo, tendo em conta a participação. O facto de haver só uma lista poderia potenciar alguma desmobilização, felizmente, a maior parte dos membros votou e isso é importante que fique registado. Será o reconhecimento do trabalho que esta equipa tem desenvolvido, creio que é uma conclusão que daí posso retirar, como também o facto de apenas uma lista ter concorrido será o reconhecimento do nosso trabalho, não podemos inventar outras explicações. Mas este resultado dá-nos mais responsabilidade, temos o dever de não defraudar quem está a acreditar no nosso trabalho. Temos um desafio muito grande pela frente», declarou José Manuel Lourenço, anunciando que o seu terceiro mandato será também o último:
«É para mim o último e gostaria de terminar com o mesmo entusiasmo com que comecei. Essencialmente, sentir que foi uma jornada importante e que muita coisa foi feita. Neste momento, posso dizer que muita coisa foi feita, mas daqui a quatro anos gostaria que esse registo tivesse sido mantido e de sentir que, sem falsas modéstias, dei um precioso contributo ao movimento paralímpico.»
O presidente do Comité Paralímpico de Portugal, que destacou a estabilidade diretiva como um dos segredos de uma boa gestão — «a equipa é praticamente a mesma desde há oito anos e vai continuar a ser, a possibilidade de mantermos um grupo coeso é algo muito importante» —, voltou a insistir na necessidade de alargar a base da pirâmide, um dos objetivos maiores nos próximos quatro anos.
«O desafio mais difícil é aquele que temos desde o primeiro dia, a necessidade que sentimos, e que é cada vez mais premente, é trazer mais pessoas com deficiência para a prática desportiva e, assim, garantir mais atletas ao alto rendimento. Precisamos de renovar, de acrescentar atletas que possam disputar a qualificação para os Jogos. O nosso trabalho tem de ser em favor e para os atletas. Se alargarmos a base de recrutamento, teremos atletas com ainda mais qualidade no alto rendimento», partilhou o presidente reeleito.
A decisão anunciada de deixar o Comité Paralímpico de Portugal em março de 2029, essa, foi tomada com serenidade e, assegurou, com toda a naturalidade.
«Falamos da renovação de atletas, em querermos ter pessoas novas na prática desportiva… Isso também deve aplicar-se aos dirigentes. Devem ter a noção de que também devem ser renovados. Acredito que isso é importante para o desenvolvimento do Desporto e do Deporto para pessoas com deficiência. É com esse espírito e com toda a naturalidade que olho para essa situação. A renovação é algo importante e quero também contribuir para isso», justificou José Manuel Lourenço, que, instado a olhar para o futuro, partilhou o que gostaria de deixar concluído no momento em que se despedir do Comité Paralímpico de Portugal:
«Gostaria de terminar este novo mandato com mais pessoas no programa paralímpico, com uma representação paralímpica, no mínimo, igual à dos Jogos de Paris [27 atletas]. Penso, porém, que isso não será possível, porque os atletas que neste momento temos disponíveis são poucos. E gostaria também, pois é um projeto importante, de ver concluído o edifício do Centro de Inovação, Investigação e Desenvolvimento Paralímpico. Será um marco importante, uma referência para o Desporto português, não apenas para o Desporto Paralímpico. Será, certamente, mais um polo de desenvolvimento e não apenas um edifício. Tem de ser muito mais do que isso, tem de ser um local onde as pessoas com deficiência sintam orgulho em entrar, um local que sintam ser delas.»
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