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Iniciativa que permite a participação de atletas refugiados nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos distinguida com o Prémio Norte-Sul 2024

29 Outubro 2025

Iniciativa que permite a participação de atletas refugiados nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos distinguida com o Prémio Norte-Sul 2024

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A iniciativa conjunta do Comité Paralímpico Internacional (IPC), da Fundação Olímpica para os Refugiados (ORF) e do Comité Olímpico Internacional (COI), que desde 2016 possibilita a participação de atletas refugiados nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos foi esta quarta-feira distinguida com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa 2024.

O IPC foi representado pela sua vice-presidente, Leila Marques Ply, também vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal, e o COI pela também vice-presidente, Nawal El Moutawakel.
 
Na cerimónia, que decorreu na Sala do Senado da Assembleia da República e que foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcaram também presença as atletas Cindy Ngamba (olímpica) e Zakia Khudadadi (paralímpica), que em 2024, nos Jogos de Paris, conquistaram as primeiras medalhas para as respetivas equipas de refugiados.

O prémio distinguiu igualmente Miguel Ángel Moratinos, secretário-geral adjunto das Nações Unidas e Alto Representante para a Aliança das Civilizações, pela sua carreira ao serviço da diplomacia, da promoção da paz e do diálogo intercultural.

Durante as intervenções, Leila Marques fez notar que, desde os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, que o compromisso com os atletas refugiados tem aumentado.

"Todas as pessoas com deficiência devem ter o direito e as oportunidades de praticar desporto. Em Paris, participaram oito atletas e um atleta guia. Os seus feitos ficarão para sempre", recordou a vice-presidente do Comité Paralímpico Internacional.

A afegã Zakia Khudadadi, hoje já com nacionalidade francesa, lembrou que o regime talibã afegão impede as mulheres de estudar e de praticar desporto, mas não foi isso que a impediu de praticar desporto e perseguir os seus sonhos.

"O desporto é sinónimo de liberdade e de dignidade, paz e igualdade. Em Paris, quando fui medalhada, foi um momento simbólico para todas as mulheres afegãs e para todos os refugiados do mundo", afirmou, ovacionada de pé. Tal como o foi Cindy Ngamba.

"Nos Jogos Olímpicos de Paris tive o maior desafio e a maior conquista da minha vida até agora. Os refugiados enfrentam enormes barreiras todos os dias. Mas deem-nos uma oportunidade de mostrarmos o que somos capazes se tivermos as ajudas certas", afirmou a pugilista.

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por sua vez, destacou o exemplo das atletas.

 “Nove anos depois, estas atletas conseguiram mostrar em Paris, nas categorias de boxe e taekwondo, que a perseverança e o trabalho árduo compensam quando são asseguradas as oportunidades.  Estas atletas são um exemplo.  Assim como são as instituições que criaram as condições necessárias para que na área do desporto a situação de refugiado não fosse impeditiva da demonstração de talento e da persecução dos sonhos e ambições pessoais”, afirmou o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu também a Cindy Ngamba e a Zakia Khudadadi o exemplo de “terem sabido ganhar como atletas, como refugiadas e como seres humanos”. E sublinhou a ideia de que a participação de atletas refugiados nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos contribui para  a construção da paz.

“Esta é uma cerimónia que ficará na memória como uma cerimónia de paz, de humanidade, de universalismo”, juntou o chefe de Estado, elogiando também o trabalho de Comité Paralímpico Internacional e o Comité Olímpico Internacional, "exemplos de construção da fraternidade, da humanidade e, portanto, da paz".


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