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Margarida Silva de ouro nos 5.000 metros

24 Novembro 2025

Margarida Silva de ouro nos 5.000 metros

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Margarida Silva conquistou, esta segunda-feira, a medalha de ouro na prova de 5.000 metros dos Jogos Surdolímpicos Tóquio 2025.

Numa prova que não foi excessivamente rápida, Margarida Silva deu nova demonstração de inteligência e extraordinária de resiliência. A atleta de 25 anos geriu sempre bem os ritmos, atacando à entrada para os últimos 100 metros para ultrapassar a queniana Viola Jelimo, que andara sempre na frente e que terminou no 3.º lugar com 17:26.83 minutos, e a neutral Iuliia Abubiakirova, prata, com 17:26.78 minutos. Margarida Silva transpôs a meta com um sorriso confiante em 17.26.23, um novo recorde pessoal.

Esta medalha soma-se à prata alcançada nos 1.500 metros e ao ouro ganho, na véspera, nos 800m, consolidando Margarida como uma das grandes figuras desta edição centenária dos Jogos Surdolímpicos.

No final, e já com a medalha ao peito, a atleta, que na véspera, conquistado o ouro nos 800m, tinha dito que queria divertir-se e desfrutar nos 5.000m, deixou a sua visão da prova.

“Diverti-me imenso!  A prova em si foi feita para mim e para a Iuliia [Abubiakirova], nós sabíamos que a prova era nossa a partir do momento me que era muito lenta. Mas a verdade é que tivemos uma atleta que partiu relativamente à frente [Viola Jelimo] e quando eu e ela estamos naquela disputa pelo 2.º lugar percebemos, 'ok, isto não é o 2.º lugar, pode ser eventualmente um 1.º'. E, portanto, quando me apercebi disso, acho que ainda ganhei mais energia e acabei por ir para a frente e, pronto, foi o que foi. Desta vez não chorei, porque, confesso, que não era uma medalha que estivesse à espera. Sabia que era possível ficar no top 3, mas nunca uma medalha ouro. Achei o momento um bocado caricato porque sabia e sei que há atletas que chegaram aqui com marcas extraordinárias e que poderiam sobressair”, declarou Margarida Silva, ainda a assimilar o que de facto se passou em Tóquio.

“Creio que qualquer atleta, quando vem competir, tem de contar ganhar e todos nós sonhamos com medalhas. Mas acho que ainda vou ter tempo para assimilar tudo o que aconteceu aqui, quando chegar a Portugal e assentar as ideias”, partilhou a atleta, não recusando o papel inspirador que agora fica redimensionado:

“A partir do momento em que se ganha uma medalha, e sendo uma atleta surda e tendo uma história por trás, acredito que a minha história pode, de certa forma, inspirar outras pessoas. Eu sou surda, sempre fui toda a vida e sempre tive muita vergonha de assumir essa condição. Portanto, acho que esta é para mim uma oportunidade, também, de dizer às outras pessoas que está tudo bem.  Isto é incrível!” 

Com este ouro, Portugal aumentou para seis o número de medalhas conquistadas nos Jogos Surdolímpicos Tóquio 2025, ultrapassando as quatro conquistadas em Taipé 2009 e Caxias do Sul 2022. Os atletas nacionais já garantiram também nove diplomas. 

Recorde-se que a judoca Joana Santos garantiu o ouro em -57kg, Margarida Silva sagrou-se campeã surdolímpica em 800m e 5.000m e conquistou a prata nos 1.500m. André Soares foi prata no Contrarrelógio e bronze na prova de pontos.

Portugal fecha esta terça-feira a competição, com Ricardo Gomes a correr a Maratona e, na Natação, Tiago Neves a nadar os 100m Bruços e os 200m Mariposa.

Refira-se que a Missão Portuguesa tem chegada prevista ao Aeroporto Humberto Delgado na próxima sexta-feira, dia 28, às 10 horas. 



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