Visualizar Conteúdo Web

Organização da Missão

 

Mensagem da Chefe da Missão Leila Marques Mota

 

Participar nos Jogos Paralímpicos é o sonho maior de qualquer atleta. É a ambição da excelência. É por isso e para isso que tantos trabalham. Mas a mística que envolve os Paralímpicos é também feita de luta, dor e resiliência de um longo ciclo de trabalho árduo.  

 

Os atletas que rumam até Tóquio par tem com o trabalho de casa feito. Venceram o cronómetro, o adversário e, acima de tudo, superaram-se a si mesmos. Mas o passaporte para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 obrigou a que todos fossem ainda mais longe e se erguessem como autênticos gigantes. Tudo por causa de uma pandemia que provocou mudanças profundas nas nossas vidas, inclusive levou ao adiamento dos Jogos pela primeira vez na história dos Paralímpicos.

 

Para os atletas, o último ano e meio foi um enorme teste à sua superação.  Além de terem de rever planos e estratégias há muito definidos, tiveram de se encher de uma motivação adicional para alcançar as metas exigidas e terem a merecida recompensa.

 

Para chegar aos Jogos é crucial nunca atirar a toalha ao chão, nunca desistir face aos desânimos e fracassos que por vezes surgem no percurso. É crucial fazer das adversidades uma força para seguir em frente. Exige resiliência e uma bravura extrema. Todos os atletas que fazem parte do Movimento Paralímpico transpiram estes valores. Aqueles que em Tóquio carregarem o Escudo português ao peito seguem numa Missão que não os obriga a trazer medalhas, mas que tem a confiança total que reuniu os melhores de Portugal.

 

Portugal leva aos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 não só atletas extraordinários cheios de ambição, mas homens e mulheres de excelência. Donos de uma garra e de uma bravura que conquistará muito mais do que o ouro, a prata e o bronze. Têm a honra de representar Portugal no epicentro da excelência. Carregam o orgulho de uma nação.

 

 

Mensagem do Diretor Uma imagem com fato, homem, pessoa, vestuário

Descrição gerada automaticamenteExecutivo da Missão Paralímpica, Luís Figueiredo

 

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio encerram uma Paralimpíada que neste caso foi mais longa do que é normal. Esta dimensão anormal da Paralimpíada provocou em todos os elementos da missão um stress e um esforço muito difícil de ultrapassar. Para os atletas, para os guias, para os TAD’s e para os treinadores foi-lhes exigido ter uma capacidade de sofrimento que em alguns casos pode ter provocado oscilações de forma e alterações de planos de treino que só com muita resiliência foram ultrapassados.

 

No espaço de quatro anos muita coisa aconteceu, foi desenvolvido um trabalho sério e honesto por todos aqueles que foram convidados a integrar a missão e aqueles que por direito próprio a integraram.

 

Agora estamos a poucos dias da partida para Tóquio, estamos a poucos dias de entrar em competição, estamos a poucos dias de mostrar ao mundo todo o trabalho desenvolvido nesta e para esta Paralimpíada.

 

Como Diretor Executivo da Missão de Portugal acredito que todos se esforçaram para chegar a Tóquio na melhor forma possível, acredito que todos os elementos e áreas da Missão (dirigentes, pessoal médico, administrativos, atletas e técnicos) darão o seu melhor para que nada falte num momento tão importante de cada um de nós. Que Tóquio 2020 seja um momento único nas nossas vidas e, acima de tudo, de consagração e glória. Acredito que todos os elementos da Missão irão mais uma vez mostrar a grandeza de Portugal. Bem Hajam.

 

Mensagem do Adido da Missão Portuguesa, Óscar Keiichi Hioki

 

É com grande prazer que tenho a honra de fazer parte deste ilustre grupo de atletas, técnicos e dirigentes da Missão Paralímpica Portuguesa, que tantos séculos depois do primeiro encontro com o povo japonês que ocorreu em 1543, e que resultou num intercâmbio e amizade excecional no qual predominavam a compreensão e respeito mútuo. A chegada dos portugueses ao Japão, foi decisiva para o término da Era das Guerras Internas e a unificação do território. Estou certo de que a Missão Paralímpica Portuguesa abrirá uma nova página nos laços de amizade que unem os dois países, na qual continuarão a prevalecer a amizade e o respeito ao qual serão abrangidos a igualdade, a inclusão e a excelência desportiva.

 

Certo do sucesso da participação e com a promessa do meu total empenho, cá vos espero, para todos em conjunto celebrarmos este importante evento desportivo de confraternização entre os povos.

 

Mensagem do Diretor de Marketing e Comunicação da Missão Paralímpica, Sandro D. Araújo

 

Os elevados níveis de incerteza que antecederam a XVI Paralimpíada garantem que os Jogos de Tóquio ficarão registados na história como os mais desafiantes jamais realizados. A extraordinária operação económica e logística que tornou possível à maior metrópole do planeta preparar-se para acolher a mais grandiosa celebração desportiva global já seria, em condições “normais”, uma demonstração clara da proverbial capacidade nipónica de planeamento e execução. Contudo, com o alastramento da pandemia, o inevitável (e inédito) adiamento dos Jogos tornou-se não apenas o mais icónico sintoma dos múltiplos impactos espoletados pela Covid-19 a nível mundial: quis a fortuna transformar a sua (re)organização numa façanha digna do próprio Hércules, que fundou as Olimpíadas na antiga Grécia, em homenagem a Zeus, seu pai, rei dos deuses, senhor dos céus e dos relâmpagos.

 

Costuma dizer-se que um raio nunca cai duas vezes no mesmo sítio. No entanto, para o Comité Organizador Local dos Jogos de Tóquio, que desde a constituição exibiu uma confiança inabalável na milimétrica antevisão dos diferentes cenários possíveis, a necessidade de suspender a realização dos Jogos, e fazê-los acontecer um ano mais tarde foi o equivalente a ser atingido não por um, mas por dois relâmpagos. E dos fortes, tendo em conta que os quilómetros que separam Portugal do País do Sol Nascente são facilmente ultrapassáveis em comparação com a distância que separa os nossos dois povos quanto à capacidade de trabalhar com um apreciável grau de incerteza.

Este inaudito contexto também influencia as Missões Paralímpicas que marcarão presença em Tóquio. Sendo expectável que o contexto pandémico condicione a forma como as competições decorrerão no Japão, certo é que as equipas estarão sujeitas, apesar de tudo, a condições relativamente similares entre si. Pelo contrário, a preparação dos atletas foi afetada de forma assimétrica nos vários países, atendendo à variável severidade da incidência da pandemia ou à resiliência do respetivo sistema desportivo nacional, entre outros fatores. Também aqui, a sorte e o azar farão parte da história das participações desportivas nestes Jogos, mas não justificarão, por si só, os resultados obtidos.

 

E serão estes que deverão contribuir para uma reflexão abrangente, assertiva e consequente acerca da relevância do Desporto na (nossa) sociedade. Porque acreditamos que esta extravasa, em muito, a dimensão da superação física e mental exibida pelos agonistas em confronto competitivo.

 

Esta mesma convicção esteve na génese da pioneira ideia da Casa da Lusofonia, espaço de partilha e celebração das culturas lusófonas, planeado para acolher durante a Paralimpíada, sob um mesmo teto, os Comités Paralímpicos Nacionais de Língua Portuguesa, numa privilegiada localização em Tóquio. Uma vez mais, preferiu Tikhe, a deusa grega da fortuna, adiar um inspirador sonho que, pela força do seu conceito, concretizar-se-á indubitavelmente numa próxima oportunidade, quiçá já em 2024. Porque é da condição humana - e dos valores paralímpicos (!) - a adaptação e superação da adversidade, antever a presença de Portugal e dos nossos atletas nos próximos Jogos em Paris, destino tão especial para tantos portugueses, enche-nos a todos de renovada esperança num novo ciclo, sem máscaras, com abraços, mas com uma única certeza: a galhardia com que os Paralímpicos Portugal se apresentarão novamente ao mundo, e ao nosso país, mostrando que o que parece impossível é apenas (mais) um desafio a superar.

Estejam os Deuses connosco.